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A Cada Nã¼o Que Dizes
(Pedro Abrunhosa | Pedro Abrunhosa)
Lento,
Eu vi morrer o tempo,
Morto por fora e por dentro,
Como um pai enganado,
Um filho roubado,
Uma mão de soldado, um pecado,
Um cálice, um prÃncipe,
E num salto de lince,
Um fim que está perto,
Um quarto deserto,
Dois tiros no escuro, um peito feito no muro
E o rosto já frio, o som da morte no cio,
O passo a compasso
Das botas cardadas,
Espadas à espera,
O gume,
O lume da fera.
E ninguém percebeu que o mundo inteiro sou eu.
Longe,
Um mar que se rasga e me foge,
Uma dor que, por mais que se aloje, não vale o aço da bala
Coração que me embala, que estala, que empala no medo,
Um dédalo, um dedo,
Um gatilho já preso,
Um rastilho aceso, um fogo às cores pelo céu,
Desenhos loucos no breu,
Pintura pura a canhão,
Talvez vinte homens não cheguem,
Talvez aqueles me levem,
Talvez os outros se lembrem,
Que são homens como os que fogem
E nenhum Deus é maior,
Num ódio feito de dor,
E ninguém reparou que o mundo inteiro parou.
A cada não que dizes,
Abre-se um lugar no céu.
A cada não que dizes,
Abre-se um lugar no céu.
Fracos,
Como farrapos na cama,
Orgulho feito de lama, e o verbo ser a partir.
Palavras presas na alma, ruas de vento e vivalma,
Um lÃmpido tiro, um suspenso suspiro,
Pietá nas notÃcias,
Gravatas impunes negando as sevÃcias
Vozes de ferro, de fogo, de fome, de fuga, de facas,
E as rugas pobres, já fracas,
Um poço morto de sede,
Grafftis numa parede,
E ninguém percebeu, que o mundo inteiro sou eu.
Outros,
Loucos, perdidos, sentidos certeiros,
Crianças feitas guerreiros,
A quem foi roubado o perdão,
Dois braços cheios de pão,
Napalm, na palma da mão,
Um fósforo fátuo,
Nos jornais o retrato
De um estilhaço, um abraço,
Um pedaço de espaço
De uma pátria sem chão.
Uma pétala pródiga, um remorso confesso,
Talvez a dor no regresso,
Talvez um dia o inverso,
Mas isso já eu não peço,
O mundo inteiro a fugir,
O mundo inteiro a pedir.
Que se oiça alto o teu Não.
A cada não que dizes,
Abre-se um lugar no céu.
A cada não que dizes,
Abre-se um lugar no céu.
Outros,
Fracos,
Longe,
Lento,
Não.
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Não.
Lento,
Longe,
Fracos,
Outros,
Abre-se um lugar no céu.
A cada não que dizes,
Abre-se um lugar no céu.
A cada não que dizes,
Que se oiça alto o teu Não.
O mundo inteiro a pedir.
O mundo inteiro a fugir,
Mas isso já eu não peço,
Talvez um dia o inverso,
Talvez a dor no regresso,
Uma pétala pródiga, um remorso confesso,
De uma pátria sem chão.
Um pedaço de espaço
De um estilhaço, um abraço,
Nos jornais o retrato
Um fósforo fátuo,
Napalm, na palma da mão,
Dois braços cheios de pão,
A quem foi roubado o perdão,
Crianças feitas guerreiros,
Loucos, perdidos, sentidos certeiros,
Outros,
E ninguém percebeu, que o mundo inteiro sou eu.
Grafftis numa parede,
Um poço morto de sede,
E as rugas pobres, já fracas,
Vozes de ferro, de fogo, de fome, de fuga, de facas,
Gravatas impunes negando as sevÃcias
Pietá nas notÃcias,
Um lÃmpido tiro, um suspenso suspiro,
Palavras presas na alma, ruas de vento e vivalma,
Orgulho feito de lama, e o verbo ser a partir.
Como farrapos na cama,
Fracos,
Abre-se um lugar no céu.
A cada não que dizes,
Abre-se um lugar no céu.
A cada não que dizes,
E ninguém reparou que o mundo inteiro parou.
Num ódio feito de dor,
E nenhum Deus é maior,
Que são homens como os que fogem
Talvez os outros se lembrem,
Talvez aqueles me levem,
Talvez vinte homens não cheguem,
Pintura pura a canhão,
Desenhos loucos no breu,
Um rastilho aceso, um fogo às cores pelo céu,
Um gatilho já preso,
Um dédalo, um dedo,
Coração que me embala, que estala, que empala no medo,
Uma dor que, por mais que se aloje, não vale o aço da bala
Um mar que se rasga e me foge,
Longe,
E ninguém percebeu que o mundo inteiro sou eu.
O lume da fera.
O gume,
Espadas à espera,
Das botas cardadas,
O passo a compasso
E o rosto já frio, o som da morte no cio,
Dois tiros no escuro, um peito feito no muro
Um quarto deserto,
Um fim que está perto,
E num salto de lince,
Um cálice, um prÃncipe,
Uma mão de soldado, um pecado,
Um filho roubado,
Como um pai enganado,
Morto por fora e por dentro,
Eu vi morrer o tempo,
Lento,
(Pedro Abrunhosa | Pedro Abrunhosa)
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AA CCada NNã¼o QQue DDizes |
| ada ã¼o ue izes |
| A aCda ãN¼o uQe iDzes |
| z fada mã¼o aue xizes |
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w dada bã¼o sue rizes |
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Czda Nã¼¼o Quue sizes |
| Czada Não Qe sDizes |
| Cazda Não¼ Qeu Dsizes |
| Cqda Nã¼oo Qhe Diizes |
| Cqada Nã¼ Qhue Dzes |
| Caqda Nã¼o Quhe Dzies |
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Csda Nã¼k Q7e Djzes |
| Csada Nã¼ko Q7ue Djizes |
| Casda Nã¼ok Qu7e Dijzes |
| Cwda Nã¼9 Qke D9zes |
| Cwada Nã¼9o Qkue D9izes |
| Cawda Nã¼o9 Quke Di9zes |
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Cxda Nã¼0 Qie Dlzes |
| Nã¼0o Qiue Dlizes |
| Caxda Nã¼o0 Quie Dilzes |
| Cadda Nã¼l Q8e Dozes |
| Caa Nã¼lo Q8ue Doizes |
| Caad Nã¼ol Qu8e Diozes |
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Caxa Nã¼i Qje Dkzes |
| Nã¼io Qjue Dkizes |
| Cadxa Nã¼oi Quje Dikzes |
| Caea Qye D8zes |
| Caeda Qyue D8izes |
| Cadea Quye Di8zes |
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Cafa Quee Duzes |
| Cafda Qu Duizes |
| Cadfa Que Diuzes |
| Cara Qus Dizzes |
| Carda Quse Dies |
| Cadra Ques Diezs |
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Caca Qu3 Diaes |
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