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Artist: Luiz Faria e Silva Neto
Title: Sonho de Boiadeiro
Album: Rio Formoso
Sonho de Boiadeiro
Sulino
Abrindo um velho baú que me sobrou como herança
Aonde guardo as lembranças do tempo que eu fui peão
Senti uma dor profunda a alma quase desmaia
Revendo aquela "traia" que foi o meu ganha-pão
Ali naquele instante de semblante abatido
Senti fluir do tecido do velho poncho surrado
Um forte cheiro de terra, de terra lá do sertão
Quando as chuvas de verão...
regavam o chão sagrado
Peguei o poncho nos braços e no fundo do baú
Meu laço de couro cru me fez sonhar acordado
Ao vê-lo enrodilhado tal e qual uma serpente
Com os tentos de minha mente fui trançando o meu passado
Ali de olhos fechados Me vi cortando estrada
Transportando uma boiada de mais de mil pantaneiros
E na virgem do sonho, com a alma delirante
O repique do berrrante...
Me arrepiou por inteiro
A seriema cantava nas campinas verdejantes
E meia légua distante seguia o berranteiro
A tarde estava tão calma que de longe se ouvia
O eco que repetia o grito dos boiadeiros
O sol foi se escondendo e um temporal medonho
Tirou-me daquele sonho que tão feliz eu vivia
AÃ que foi que notei com amargo desencanto
Que a chuva era o pranto..
Que dos meus olhos caia
Sentindo a realidade, me vi num triste abandono
Igual matungo sem dono no campo abandonado
Quem foi peão estradeiro no tempo de mocidade
No inverno da idade, no mundo vive alongado
Por isso vivo esperando que a morte passe num upa
Nem que seja na garupa me leve pra eternidade
Pois quando meu velho corpo repousar no frio chão
De minha vida de peão...
Não vou mais sentir saudade
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Não vou mais sentir saudade
De minha vida de peão...
Pois quando meu velho corpo repousar no frio chão
Nem que seja na garupa me leve pra eternidade
Por isso vivo esperando que a morte passe num upa
No inverno da idade, no mundo vive alongado
Quem foi peão estradeiro no tempo de mocidade
Igual matungo sem dono no campo abandonado
Sentindo a realidade, me vi num triste abandono
Que dos meus olhos caia
Que a chuva era o pranto..
AÃ que foi que notei com amargo desencanto
Tirou-me daquele sonho que tão feliz eu vivia
O sol foi se escondendo e um temporal medonho
O eco que repetia o grito dos boiadeiros
A tarde estava tão calma que de longe se ouvia
E meia légua distante seguia o berranteiro
A seriema cantava nas campinas verdejantes
Me arrepiou por inteiro
O repique do berrrante...
E na virgem do sonho, com a alma delirante
Transportando uma boiada de mais de mil pantaneiros
Ali de olhos fechados Me vi cortando estrada
Com os tentos de minha mente fui trançando o meu passado
Ao vê-lo enrodilhado tal e qual uma serpente
Meu laço de couro cru me fez sonhar acordado
Peguei o poncho nos braços e no fundo do baú
regavam o chão sagrado
Quando as chuvas de verão...
Um forte cheiro de terra, de terra lá do sertão
Senti fluir do tecido do velho poncho surrado
Ali naquele instante de semblante abatido
Revendo aquela "traia" que foi o meu ganha-pão
Senti uma dor profunda a alma quase desmaia
Aonde guardo as lembranças do tempo que eu fui peão
Abrindo um velho baú que me sobrou como herança
Sulino
Sonho de Boiadeiro
Album: Rio Formoso
Title: Sonho de Boiadeiro
Artist: Luiz Faria e Silva Neto
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