Amalia Rodrigues
Trova Do Vento Que Passa

Pergunto ao vento que passa
notícias do meu país
e o vento cala a desgraça
o vento nada me diz?

Pergunto aos rios que levam
tanto sonho à flor das águas
e os rios não me sossegam
levam sonhos deixam mágoas.

Levam sonhos deixam mágoas
ai rios do meu país
minha pátria à flor das águas
para onde vais? ninguém diz.

Se o verde trevo desfolhas
pede notícias e diz
ao trevo de quatro folhas
que eu morro por meu país.

Pergunto à gente que passa
por que vai de olhos no chão.
siléncio é tudo o que tem
quem vive na servidão.

Vi florir os verdes ramos
direitos e ao céu voltados.
e a quem gosta de ter amos
vi sempre os ombros curvados.

E o vento não me diz nada
ninguém diz nada de novo.
vi minha pátria pregada
nos braços em cruz do povo.

Vi minha pátria na margem
dos rios que vão prò mar
como quem ama a viagem
mas tem sempre de ficar.

Vi navios a partir
(minha pátria à flor das águas)
vi minha pátria florir
( verdes folhas verdes mágoas ) .

Há quem te queira ignorada
e fale pátria em teu nome
eu vi-te crucificada
nos braços negros da fome

E o vento não me diz nada
só o silêncio persiste.
vi minha pátria parada
à beira dum rio triste.

Ninguém diz nada de novo
se notícias vou pedindo
nas mãos vazias do povo
vi minha pátria florindo.

Também nascem flores no esterco
(diz quem ganha em te perder).
eu é por ti que me perco
perder-me assim é viver.

E a noite cresce por dentro
dos homens do meu país.
peço notícias ao vento
e o vento nada me diz.

Quatro folhas tem o trevo
liberdade quatro sílabas.
não sabem ler é verdade
aqueles para quem eu escrevo.

Mas há sempre uma candeia
dentro da própria desgraça
há sempre alguém que semeia
canções no vento que passa.

Mesmo na noite mais triste
em tempo de servidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não.


Mirror lyrics:

há sempre alguém que diz não.
há sempre alguém que resiste
em tempo de servidão
Mesmo na noite mais triste

canções no vento que passa.
há sempre alguém que semeia
dentro da própria desgraça
Mas há sempre uma candeia

aqueles para quem eu escrevo.
não sabem ler é verdade
liberdade quatro sílabas.
Quatro folhas tem o trevo

e o vento nada me diz.
peço notícias ao vento
dos homens do meu país.
E a noite cresce por dentro

perder-me assim é viver.
eu é por ti que me perco
(diz quem ganha em te perder).
Também nascem flores no esterco

vi minha pátria florindo.
nas mãos vazias do povo
se notícias vou pedindo
Ninguém diz nada de novo

à beira dum rio triste.
vi minha pátria parada
só o silêncio persiste.
E o vento não me diz nada

nos braços negros da fome
eu vi-te crucificada
e fale pátria em teu nome
Há quem te queira ignorada

( verdes folhas verdes mágoas ) .
vi minha pátria florir
(minha pátria à flor das águas)
Vi navios a partir

mas tem sempre de ficar.
como quem ama a viagem
dos rios que vão prò mar
Vi minha pátria na margem

nos braços em cruz do povo.
vi minha pátria pregada
ninguém diz nada de novo.
E o vento não me diz nada

vi sempre os ombros curvados.
e a quem gosta de ter amos
direitos e ao céu voltados.
Vi florir os verdes ramos

quem vive na servidão.
siléncio é tudo o que tem
por que vai de olhos no chão.
Pergunto à gente que passa

que eu morro por meu país.
ao trevo de quatro folhas
pede notícias e diz
Se o verde trevo desfolhas

para onde vais? ninguém diz.
minha pátria à flor das águas
ai rios do meu país
Levam sonhos deixam mágoas

levam sonhos deixam mágoas.
e os rios não me sossegam
tanto sonho à flor das águas
Pergunto aos rios que levam

o vento nada me diz?
e o vento cala a desgraça
notícias do meu país
Pergunto ao vento que passa


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TTrova DDo VVento QQue PPassa rova o ento ue assa rTova oD eVnto uQe aPssa frova xo bento aue 0assa fTrova xDo bVento aQue 0Passa Tfrova Dxo Vbento Qaue P0assa
5rova eo cento 2ue lassa 5Trova eDo cVento 2Que lPassa T5rova Deo Vcento Q2ue Plassa hrova fo gento wue oassa hTrova fDo gVento wQue oPassa Throva Dfo Vgento Qwue Poassa
yrova ro fento sue Paassa yTrova rDo fVento sQue Pssa Tyrova Dro Vfento Qsue Psasa 6rova co Veento 1ue Pzssa 6Trova cDo Vnto 1Que Pzassa T6rova Dco Vneto Q1ue Pazssa
grova so Vsnto Quue Pqssa gTrova sDo Vsento Qe Pqassa Tgrova Dso Vesnto Qeu Paqssa rrova Doo V3nto Qhe Psssa rTrova D V3ento Qhue Psassa Trrova Do Ve3nto Quhe Passsa
Dk Vfnto Q7e Pwssa Tova Dko Q7ue Pwassa Torva Dok Vefnto Qu7e Pawssa Tdova D9 Vrnto Qke Pxssa Tdrova D9o Vrento Qkue Pxassa Trdova Do9 Vernto Quke Paxssa
T4ova D0 V4nto Qie T4rova D0o V4ento Qiue Pasa Tr4ova Do0 Ve4nto Quie Passa Tgova Dl Vdnto Q8e Pazsa Dlo Vdento Q8ue Trgova Dol Vednto Qu8e Paszsa
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